Cresce número de pessoas formadas na universidade no Brasil, mas pagar as mensalidades ainda é um desafio
Crédito: banco de dados do Canva
IBGE aponta mais pessoas com Ensino Superior no país, mas Serasa revela universitários endividados; para custear estudos, jovens buscam a hipergamia
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na última quarta-feira (26) o Censo Demográfico 2022, que aponta crescimento do número de pessoas formadas na universidade no Brasil. De 2000 a 2022, na população do país com 25 anos ou mais de idade, a proporção dos que tinham nível superior completo cresceu 2,7 vezes: de 6,8% para 18,4%.
Durante a apresentação do Censo, a diretora de Geociências do IBGE Maria do Carmo Bueno reforçou que, em 2024, haviam sido divulgados dados apenas sobre a Alfabetização no país e, “agora, com os resultados da amostra, temos um acréscimo enorme com dados relacionados ao nível de educação, para avaliar como estamos evoluindo.”
Os dados mostram, ainda, que o nível de instrução das mulheres supera o dos homens. Entre as mulheres com 25 anos ou mais, 20,7% tinham, em 2022, nível superior completo, proporção que entre os homens da mesma faixa etária era de 15,8%.
No entanto, embora haja um aumento da taxa de graduados no país, a realidade atual mostra que, em contrapartida, 40% dos universitários precisaram trancar o curso por não terem condições de pagar as mensalidades em dia. O dado é de pesquisa da Serasa divulgada em janeiro.
Jovens buscam solução na hipergamia, o relacionamento com uma pessoa mais rica
Sem condições de pagar os boletos e com acúmulo de dívidas, jovens que se interessam pelo estilo de relacionamento conhecido como hipergamia têm recorrido a ele para solucionar a bola de neve dos gastos universitários e retomar a vida acadêmica.
Levantamento do site MeuPatrocínio, pioneiro em hipergamia no Brasil, revela que mais de 80% das pessoas cadastradas na plataforma apoiam financeiramente a educação do namorado ou namorada, pagando não apenas as mensalidades como também livros, materiais e outras despesas.
É o caso de Maiara*, moradora de São Caetano do Sul, que conheceu o site de relacionamento especializado em hipergamia em julho de 2024 e, em novembro, começou a conversar com seu atual namorado. Já nas primeiras interações, a jovem de 24 anos explicou sobre o trancamento de seu curso de Direito na universidade.
“Desenvolvemos uma amizade e um início de namoro, e ele ofereceu pagar as minhas mensalidades e disse que faria isso porque quer me ver avançar nos estudos e na vida, e fazer parte disso seria uma honra para ele. Fiquei impressionada com a gentileza e até desconfiei mas era isso mesmo. Agora vou retomar as aulas em março com todas as dívidas pagas, assim como os três primeiros boletos do ano”, afirma.
Ainda segundo dados do IBGE, Direito é o terceiro curso de graduação com mais formados no Brasil; em segundo, estão os cursos de formação de professores; e, no topo da lista, gestão e administração.
O especialista em relacionamento do MeuPatrocínio Caio Bittencourt explica que a dinâmica do relacionamento hipergâmico é mais conhecida por presentes típicos de namorados, mas a realidade é que o investimento dos chamados Sugar Daddies em suas parceiras têm mudado a vida de muitas delas, apesar do preconceito que existe na sociedade com esse tipo de relação:
“Ter um parceiro que investe na vida acadêmica e profissional da parceira só mostra o quanto ele quer vê-la crescer e ajudá-la a ser financeiramente estável, assim como ele.”, analisa.