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Famílias de Belo Horizonte mantêm expectativa de consumo maior nos próximos meses

Crédito: banco de dados do Canva

De acordo com a pesquisa Intenção de Consumo das Famílias (ICF), analisada pelo núcleo de Pesquisa & Inteligência da Fecomércio MG e aplicada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), em Belo Horizonte, o ICF registrou queda de 1,3 ponto em fevereiro. O indicador geral foi a 88,1 pontos, abaixo do nível de satisfação que é registrado aos 100 pontos. Segurança no emprego e satisfação com a renda atual mantêm perspectiva de compra maior nos próximos meses. 

O indicador para a segurança no emprego se mantém em nível de satisfação, aos 108,9 pontos tendo sofrido oscilação negativa de 0,3 ponto em relação ao mês de janeiro. O indicador para o grupo das famílias que ganham até dez salários-mínimos segue positivo aos 105,9 pontos, embora menor que o verificado entre as famílias com renda superior que é de 128,4 pontos. Para 45,3% dos entrevistados, a segurança quanto ao emprego atual não se alterou em relação a igual período de 2024 e um percentual de 29% se considera mais seguro no emprego. Os que se sentem menos seguros somam 20,1%.

A perspectiva profissional para o chefe da família em seis meses, com 83,8 pontos, registrou queda de 4,5 pontos em relação a janeiro. Para 54,2% dos entrevistados não haverá melhora para o chefe de família nos próximos meses e para 38% haverá. A expectativa positiva é maior entre as famílias com renda acima de 10 salários atingindo a pontuação de 51,0%. Entre as de menor renda, a expectativa negativa para a melhoria profissional do chefe de família em seis meses atinge 56,8%.

O indicador de satisfação com a renda atual, em comparação ao mesmo período do ano passado, subiu 2,3 pontos alcançando 98,1 pontos em fevereiro. Entre as famílias com renda acima de 10 salários, o indicador vai a 115,5 pontos ficando em 95,4 para as de menor renda. Para 50,1% dos entrevistados, a renda de fevereiro está igual ao mesmo mês de 2024 e para 24,0% está melhor. Para 25,0% a renda está pior atualmente.

O acesso ao crédito aumentou 3,6 pontos chegando a 85,5 em fevereiro. Enquanto para as famílias com ganho acima de 10 salários ele é insatisfatório, com 82,3 pontos, entre as de maior renda alcança nível de satisfação aos 105,7 pontos. Para 37,9% dos consumidores, está mais difícil comprar a prazo no segundo mês de 2025, enquanto para 37,3% a situação se iguala ao mês de fevereiro de 2024.

Já o nível de consumo em Belo Horizonte registrou queda de 1,6 ponto chegando a 80,4 pontos em fevereiro. Para 45,4% dos entrevistados a família está comprando menos este ano. Outros 25,8% dizem estar comprando mais atualmente e 28,6% indicam que a família está comprando agora como comprava em fevereiro de 2024.

O indicador de perspectiva de compra nos próximos meses foi aos 103,9 pontos com queda de 1,5 ponto em relação ao mês anterior. Os dois grupos de famílias entrevistados indicam que esperam comprar mais nos próximos meses do que compraram no segundo semestre de 2024. Enquanto 32,3% apontam que comprarão mais, 39,2% dizem que comprarão de forma igual ao segundo semestre do ano passado enquanto 28,3% dos entrevistados afirmam que as compras ficarão abaixo daquele período nos próximos meses.        

Gabriela Martins, economista da Fecomércio MG, destaca a redução gradativa do índice de confiança das famílias belo-horizontinas que pode estar atrelada principalmente ao emprego e ao consumo. “Apesar da situação do emprego atual das famílias ainda estar em um ponto de satisfação, esse índice retraiu em relação ao mês anterior. Em contrapartida, a perspectiva profissional das famílias já se encontra em um nível de insatisfação e está retraindo consideravelmente nos últimos meses. Esse comportamento pode estar atrelado a percepção das famílias quanto ao momento atual da economia, com juros altos e a possibilidade de desaquecimento do mercado de trabalho. Esta percepção, por sua vez, afeta diretamente o nível de consumo atual, deixando os agentes mais cautelosos na hora de consumir”, explica Martins.

O ICF de fevereiro mostra também para 70,9% dos consumidores de Belo Horizonte o momento não é bom para o consumo de bens duráveis.