
78% dos casos de olheiras acontecem em mulheres
Crédito: divulgação
Manchas escuras e profundas ao redor dos olhos podem surgir em várias fases da vida, mas são mais comuns em mulheres depois dos 40 anos de idade. Nova técnica não invasiva preenche e estimula a produção de colágeno dando mais brilho e ar natural à pele.
A advogada Márcia Cristina de Oliveira Faria começou a ter olheiras na adolescência e na fase adulta as manchas escuras ao redor dos olhos se intensificaram e as marcas ficaram mais profundas. “Eu tentava disfarçar com produtos, mas era muito difícil. Tinha dias que acordava com olhos inchados, bolsas e as manchas estavam ainda mais acentuadas. Atrapalhava demais a minha autoestima”, lembra.
Aconselhada pelo médico da Clinescultural, ela foi uma das primeiras pacientes a utilizar uma nova técnica para tratar olheiras, ainda em 2018, conhecida como Eyes Up. A técnica utiliza a substância Policaprolactona, que além de preencher também age como um estimulador de colágeno. O tratamento trouxe de volta a autoestima da advogada. “Ainda nas primeiras semanas eu já comecei a notar os resultados. Minhas olheiras sumiram, ficou muito natural e com o passar do tempo minha pele ficou mais firme e com mais brilho. Hoje recebo elogios e isso me deixa com autoestima renovada, pois estou muito satisfeita ao me olhar no espelho”, conta.
Assim como Márcia Cristina, muitas pessoas sofrem para lidar com as manchas escuras e profundas ao redor dos olhos. Comuns em grande parte da população mundial, as olheiras conhecidas cientificamente como hiperpigmentação periorbital, podem acometer pessoas em qualquer idade, sendo mais frequente no processo de envelhecimento da pele. Irrelevante para alguns, o excesso de pigmentação nos olhos combinado com flacidez, bolsas de gordura ou até mesmo rugas pode afetar em muito a autoestima de muitas pessoas que convivem com o fenômeno.
Um estudo recente revelou que cerca de 78% dos casos de olheiras são observados em mulheres. Os dados são de um estudo publicado na revista Surgical & Cosmetic Dermatology da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Segundo o médico Alexandre Adolfo, proprietário da Clinescultural, e que tem pós-graduação em endocrinologia e estética, as olheiras podem ter várias causas como genética, insônia, exposição solar, tabagismo e até mesmo algumas doenças podem provocar a pigmentação escura.
Entre as técnicas para tratar as olheiras estão a cirurgia de blefaroplastia, o ácido hialurônico e a técnica conhecida como Eye Up. Esta última utiliza a policaprolactona e tem se mostrado uma opção mais eficiente e duradoura para quem busca um procedimento menos invasivo.
Desvendando os tipos de olheira
De acordo com Alexandre Adolfo, existem quatro tipos de olheira, que podem ser pigmentares, vasculares, estruturais ou mistas. O especialista explica que a olheira pigmentar é causada pelo acúmulo de melanina na região dos olhos, gerando uma coloração acinzentada. “Esse tipo de olheira geralmente é causado por questões genéticas, e pode afetar até crianças, mas é agravada devido a fatores como falta de sono, excesso de sol e tabagismo”, explica o médico.
Outro tipo é a olheira vascular, que ocorre por má circulação ou congestão dos vasos sanguíneos. Esses vasos acabam se tornando visíveis, apresentando tons azulados, arroxeados ou avermelhados. “A olheira vascular geralmente é associada ao cansaço, uma vez que o sono é responsável pela recuperação da circulação. A hidratação da região também é uma aliada na prevenção”, acrescenta o especialista.
O terceiro tipo, conhecido como olheira estrutural tem origem anatômica, ou seja, sua causa também é genética. “É muito comum em pessoas com olhos fundos, que acabam projetando sombras ao redor deles, dando essa impressão de escurecimento”, enfatiza Dr. Alexandre. Nesse caso, a solução mais efetiva é o preenchimento da área. O quarto tipo, chamado de olheira mista, é uma combinação de dois ou mais tipos e é a mais recorrente entre os pacientes, de acordo com o especialista.
Tipos de tratamento
De acordo com o médico Alexandre Adolfo, a blefaroplastia é uma cirurgia plástica para remodelar as pálpebras e é muito utilizada para amenizar os efeitos das bolsas e das olheiras profundas. No entanto, o procedimento tem algumas desvantagens. “A blefaroplastia dura cerca de uma hora tem um tempo de recuperação de pelo menos uma semana e pode provocar algumas intercorrências como pitose (queda da pálpebra inferior), cicatrizes, dificuldade de fechar o olho e também pode provocar a síndrome do olho seco quando a pessoa não consegue segurar a lágrima”, explica.
Para quem não deseja passar pela cirurgia para tratar as olheiras, as opções são as aplicações de ácidos, que são menos invasivos. Atualmente o ácido hialurônico é o procedimento estético mais realizado nas clínicas para preenchimento dessa região infraorbital. Mas o médico alerta para as desvantagens a longo prazo. “O ácido hialurônico já não é a melhor opção para preencher olheiras. A policaprolactona, embora pouco conhecida, está ganhando espaço no mercado, devido a sua maior eficiência”, explica Alexandre, pioneiro da técnica Eyes Up, que utiliza esse ácido no Brasil.
Segundo o especialista, o ácido hialurônico é somente um preenchimento, não estimula a produção de tecido novo na região dos olhos e tem duração de 8 a 12 meses. Além disso, o composto provoca o que especialistas chamam de ETIP (Edema Tardio Intermitente Persistente) que consiste em situações em que o ácido hialurônico retém água e provoca edemas ou mesmo o efeito Tyndall. “Quando o ácido hialurônico é colocado superficialmente na região dos olhos, a pele fica com um tom azulado e muitas vezes piora a situação da olheira, isso é conhecido como Efeito Tyndall”, explica Dr. Alexandre.
Técnica duradoura
Chamada de Eyes Up, que traduzida do inglês são “olhos para cima”, a técnica utiliza a substância conhecida como Policaprolactona (PCL). Trazida para o Brasil em 2018 pelo médico Alexandre Adolfo, o procedimento já era amplamente utilizado na Coreia do Sul, país referência em tratamentos estéticos. Alexandre participou de um evento sobre estética no país e teve contato pela primeira vez com o Eyes Up. “Quando vi a técnica sendo utilizada na Coreia, sabia que precisava trazê-la para o Brasil, pois já tinha percebido as falhas do preenchimento de ácido hialurônico nos olhos”.
Por ser considerada uma técnica avançada, o médico conta que precisou de muito treinamento e experiência para começar a aplicar o Eyes Up no Brasil. Atualmente, com mais de 1000 caso registrados, o médico ministra cursos para outros profissionais interessados em aprender a técnica. Composto de 30% de PCL (microesferas sintéticas de policaprolactina) e 70% de CMC (gel transformador aquoso de carboximetilcelulose), o Ellanse, nome comercial da substância, age como um preenchedor e estimula a produção de colágeno.
As vantagens do produto em relação ao ácido hialurônico são diversas, aponta o médico, a começar pela duração, que varia de 24 a 30 meses. O especialista explica que isso ocorre pois, além de preencher, o ácido policaprolactona é um bioestimulador. “Essa substância não apenas preenche o espaço vazio, mas também estimula a produção de colágeno para fortalecer a pele na região dos olhos”, completa. Além disso, o risco é baixíssimo e a possibilidade de causar o Efeito Tyndall é nula. O Eyes Up também apresenta uma melhora no bigode chinês, já que levanta a face e diminui essas linhas de expressão.
O médico ressalta que o tratamento de olheiras é uma maneira de tratar a autoestima de muitas pessoas. “Muitos chegam até o consultório para tratar o bigode chinês, que são as linhas de expressão do sorriso ou sulcos nasolabiais, mas não têm a percepção que a sustentação da região dos olhos é essencial para manter a harmonia da face. Desta forma, quando tratamos as olheiras e as bolsas, também estamos evitando que essa gordura desça e promova o envelhecimento”, explica.