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Mágica vira ferramenta para combater acidentes de trabalho em Minas Gerais, segundo Estado com mais ocorrências no país

Empresas mineiras apostam em ilusionismo para conscientizar colaboradores em um cenário onde Minas registra, em média, 40 mil acidentes por ano

Em um Estado que amarga o segundo lugar no ranking nacional de acidentes de trabalho, uma empresa da capital mineira está usando uma abordagem inusitada para reverter as estatísticas: a mágica. A Sipat Mais Mágica, fundada pelo empresário e ilusionista Marcelo Labarrère Vieira, troca palestras convencionais por apresentações de mágica interativas para ensinar sobre segurança no trabalho de forma lúdica e interativa.

A iniciativa surge como uma resposta criativa a um problema grave. Com uma média de 40 mil acidentes de trabalho por ano, Minas Gerais enfrenta um desafio contínuo na segurança de seus trabalhadores. O Estado é superado apenas por São Paulo em número de ocorrências e, na série histórica desde janeiro de 2015, já soma 121.724 casos registrados pelo INSS, um volume que representa cerca de 10% do total no Brasil.

Conhecido profissionalmente como Mágico Marcelo BH, o fundador da empresa explica que o ilusionismo quebra a resistência dos funcionários e fixa a mensagem de segurança na memória. “A mágica atrai a atenção, favorece a interação e passa a mensagem de forma lúdica. É uma forma diferente, inteligente e divertida de apresentar o tema aos trabalhadores”, afirma.

Com 16 anos de experiência como mágico e mais de 18 no mercado corporativo, Marcelo Labarrère, que também possui MBA em Gestão de Negócios, viu a oportunidade de unir suas duas paixões para gerar impacto. “Morte de funcionários, perda de produtividade e judicialização das relações trabalhistas são algumas das consequências. A prevenção, neste cenário, é a melhor saída”, destaca.

Durante as apresentações, o Mágico Marcelo BH aborda temas cruciais como o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), cuidado ativo, prevenção de acidentes no trânsito, além de questões de saúde como tabagismo, alcoolismo e infecções sexualmente transmissíveis (IST). O conteúdo é sempre adaptado à cultura e às necessidades específicas de cada empresa contratante.

O método já foi aprovado por gigantes que atuam em Minas Gerais, como Cemig, Vallourec, Gerdau, ArcelorMittal, Vale, Correios, DHL Logística, Bombril, PepsiCo, além das construtoras Terraço e Barbosa Mello e das transportadoras Transpes e Patrus Transportes. Segundo o fundador, os resultados têm sido muito positivos, colaborando para frear o expressivo crescimento dos acidentes de trabalho no Estado.

Os dados sobre acidentes, custos para a Previdência Social e dias de trabalho perdidos podem ser acompanhados publicamente através do Observatório Digital de Saúde e Segurança no Trabalho, uma plataforma lançada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).