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Diagnóstico precoce pode prevenir até 80% dos casos de deficiência visual

Crédito: Freepik

No Dia Mundial da Visão, especialista reforça a importância do check-up ocular regular para evitar doenças silenciosas

Qual foi a última vez que você foi ao oftalmologista? O dia 9 de outubro é o Dia Mundial da Visão e tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce de doenças oculares — muitas delas silenciosas e potencialmente graves. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 80% dos casos de deficiência visual podem ser prevenidos ou tratados quando descobertos a tempo. A campanha reforça que cuidar da visão deve ser um hábito constante, e não apenas uma preocupação quando surgem sintomas.
 

Segundo o Dr. Paulo de Tarso, oftalmologista especialista em Retina e Vítreo do Instituto de Olhos de Belo Horizonte (IOBH), manter o check-up ocular em dia é essencial mesmo para quem enxerga bem. “Realizar consultas de rotina é fundamental porque várias doenças oculares são silenciosas. O glaucoma, por exemplo, pode causar perda irreversível da visão sem que a pessoa perceba. A degeneração macular, o diabetes e a hipertensão também podem provocar alterações visuais e ser detectados em um exame simples”, explica.
 

O médico ressalta que, muitas vezes, o diagnóstico de doenças sistêmicas começa no consultório oftalmológico. “Quando fazemos o mapeamento de retina, conseguimos observar alterações vasculares típicas de pacientes com hipertensão ou diabetes. Por isso, é importante dilatar a pupila e fazer uma avaliação minuciosa da retina, que pode revelar até problemas que o paciente nem sabia que tinha”, afirma.
 

A frequência do check-up varia conforme a idade e o histórico familiar. “Os recém-nascidos já passam pelo teste do olhinho ainda na maternidade, e aos seis meses é recomendada uma avaliação mais detalhada. Por volta dos três anos, deve-se investigar se há estrabismo ou ambliopia, o chamado ‘olho preguiçoso’ (deve-se avaliar estrabismo mesmo antes). Antes de entrar na escola, é importante verificar se a criança precisa de óculos. Em adultos sem histórico de doenças oculares, a recomendação é de um exame a cada dois anos até os 40 anos e, a partir daí, consultas anuais”, orienta o oftalmologista.
 

Entre as doenças que podem ser identificadas precocemente no check-up estão o glaucoma, a degeneração macular relacionada à idade, a retinopatia diabética, a catarata, entre outros. “O glaucoma é uma das principais causas de cegueira irreversível e, por ser assintomático no início, só é detectado com exames preventivos. Já a catarata e alguns erros de refração são reversíveis quando diagnosticados e tratados corretamente”, explica o Dr. Paulo.
 

Ele também adverte para os sinais de alerta que exigem uma avaliação imediata. “Perda súbita de visão, dor intensa nos olhos, visão dupla, flashes luminosos, manchas escuras ou alterações de cor e forma são sintomas que não devem ser ignorados. Em muitos casos, podem indicar descolamento de retina, crises de glaucoma ou até um AVC”.
 

Com o aumento do tempo em frente às telas, o especialista reforça a necessidade de adotar cuidados simples no dia a dia. “A exposição prolongada a computadores e celulares causa fadiga ocular digital. O ideal é seguir a regra do 20-20-20: a cada 20 minutos, olhar para algo a seis metros de distância por 20 segundos. Isso ajuda a reduzir o cansaço visual. Também é importante ajustar o brilho das telas, manter uma boa lubrificação ocular e evitar o uso de dispositivos antes de dormir”, orienta.
 

Para o Dr. Paulo, o Dia Mundial da Visão é uma oportunidade de conscientizar sobre a prevenção da cegueira evitável e o impacto da visão na qualidade de vida. “Cerca de 80% dos casos de deficiência visual podem ser prevenidos ou tratados se diagnosticados precocemente. Ter uma boa visão melhora o desempenho no trabalho, nos estudos e nas relações sociais, já que 90% da nossa interação com o mundo é visual”, destaca.
 

Ele reforça ainda que manter hábitos saudáveis também faz parte do cuidado com os olhos. “Uma alimentação equilibrada, rica em vitaminas A e C e em ômega 3, o controle de doenças como diabetes e hipertensão, o uso correto de colírios e o abandono do cigarro são medidas que protegem a retina e preservam a visão ao longo da vida”, conclui o Dr. Paulo de Tarso, oftalmologista especialista em Retina e Vítreo do IOBH – Instituto de Olhos de Belo Horizonte.