A nova consciência sobre mortalidade e os seguros de vida no Brasil
Crédito: Magnun Bussardes
A pandemia da Covid-19 trouxe mudanças profundas na forma como enxergamos a vida, e uma delas foi a crescente conscientização sobre a nossa própria finitude. Durante décadas, o seguro de vida foi visto como um tema evitado por muitos brasileiros, seja por superstição ou por uma falsa sensação de invulnerabilidade. No entanto, o impacto da crise sanitária mundial desconstruiu essa mentalidade e impulsionou um crescimento significativo no mercado de seguros de pessoas.
Os números não deixam dúvidas. Entre 2019 e 2023, os valores pagos pelos segurados praticamente dobraram, passando de R$ 42,28 bilhões para R$ 62,50 bilhões, um crescimento de 47,8%. Esse aumento reflete uma mudança de comportamento: se antes pensar na morte era um tabu, agora há uma compreensão maior de que a proteção financeira pode garantir segurança e estabilidade para as famílias em momentos difíceis.
Mais do que um contrato, o seguro de vida passou a ser visto como um planejamento responsável. Não se trata apenas de lidar com o inevitável, mas de assegurar que aqueles que ficam não enfrentem dificuldades adicionais. A pandemia expôs a fragilidade humana e evidenciou a importância da preparação para imprevistos.
Essa mudança de mentalidade deve se consolidar nos próximos anos. O conceito de proteção à vida está deixando de ser um produto de nicho para se tornar uma prioridade para muitas famílias. O desafio do mercado segurador, agora, é continuar investindo na conscientização e desmistificação do tema, mostrando que falar sobre seguro de vida não significa prever o pior, mas sim garantir tranquilidade para o futuro.
No fim das contas, as pessoas perceberam que não são eternas. E isso não precisa ser um pensamento negativo, mas sim um incentivo para viver com mais responsabilidade, cuidado e planejamento.
O autor é Hélio Loreno, CEO da masterClassic Seguros