
Aleitamento materno pode salvar até 13% das vidas infantis no mundo
Pediatra da Faculdade de Medicina de Itajubá – FMIT Afya destaca como o leite materno fortalece o vínculo mãe-bebê e ainda protege contra doenças.
Em agosto, o Brasil se veste de dourado para celebrar e incentivar o aleitamento materno, reafirmando seu compromisso com a saúde infantil. Com metas ambiciosas, o país não só reforça sua posição de destaque global na promoção da amamentação, mas também ostenta a maior e mais complexa rede de bancos de leite humano do mundo, com 222 unidades presentes em todos os estados brasileiros e, ainda, 217 postos de coleta.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a amamentação é a intervenção isolada com maior potencial de impacto na redução da mortalidade infantil. Ela pode prevenir até 13% das mortes de crianças menores de cinco anos em todo o mundo, afirmando seu papel fundamental na sobrevivência e no desenvolvimento saudável de milhões de crianças.
O Brasil tem como objetivo alcançar a meta da OMS de 50% de aleitamento materno exclusivo em crianças menores de 6 meses ainda este ano. A expectativa do governo brasileiro é ir além, buscando atingir um percentual de 70% até 2030. Esses números refletem um progresso notável, especialmente quando comparados à taxa de 3% registrada em 1986. Em 2019, o índice de aleitamento materno exclusivo para menores de 6 meses já havia atingido 45,8%.
A professora de Medicina na FMIT Afya, Dra Glenia Junqueira Machado Medeiros, informa que o aleitamento materno exclusivo é o modo mais apropriado e seguro de alimentação na primeira infância, proporcionando uma combinação única de proteínas, lipídeos, carboidratos, minerais, vitaminas, enzimas e células vivas, assim como benefícios nutricionais, imunológicos, psicológicos e econômicos. “O leite materno é o alimento mais completo e tem todos os nutrientes que a criança precisa para um crescimento saudável. Possui anticorpos que protegem contra infecções e alergias, é bom para a dentição e a fala, e também para o desenvolvimento infantil.”
Dra. Glenia ressalta que, para a mãe, amamentar logo após o parto contribui para a diminuição do sangramento e para a rápida recuperação do tamanho do útero, além de reduzir o risco de câncer de mama e de ovário, servindo também como um método natural de planejamento familiar. Para o bebê, o leite materno é uma opção prática e econômica, sempre pronto e na temperatura ideal, auxiliando no vínculo afetivo entre mãe e filho.
Mitos e desinformações sobre a amamentação
A pediatra da FMIT Afya desmente mitos comuns sobre a amamentação, como a ideia de que o “leite materno é fraco” ou não sustenta o bebê, e a crença de que amamentar causa a queda dos seios, afirmando que toda mãe produz leite em quantidade e qualidade suficientes para o seu filho e que, na verdade, quanto mais a criança mama, mais leite é produzido. No entanto, alerta que fatores como o uso de chupetas, mamadeiras, introdução precoce de outros líquidos e alimentação inadequada podem interferir na amamentação.
“Durante a amamentação, a mãe deve priorizar uma alimentação saudável e equilibrada, rica em alimentos in natura ou minimamente processados, como frutas, legumes, verduras, grãos integrais, carnes magras e ovos, além de garantir uma boa hidratação”, conclui a especialista.