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Belo Horizonte registra queda no endividamento e na inadimplência 

Crédito: freepik

De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), analisada pelo Núcleo de Pesquisa e Inteligência da Fecomércio MG e aplicada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), o nível de endividamento das famílias de Belo Horizonte em abril caiu 1,6 ponto percentual em relação a março, chegando a 87,4%. A queda no endividamento dos belo-horizontinos chegou a seis meses consecutivos em abril. 

O total de consumidores com contas em atraso também segue desacelerando na capital, reduzido em 0,3 ponto na comparação mensal e atingindo 51,9% das famílias no quarto mês do ano.

O percentual de famílias que não terão condições de quitar as dívidas no mês seguinte caiu de 26,0% em março para 23,8% em abril, queda de 2,2 p.p. Já o número do grupo de famílias superendividadas teve redução de 0,3 p.p. em abril.  

Gabriela Martins, economista da Fecomércio MG, ressalta que estas retrações tanto no número de endividados quanto no número de inadimplentes é um ótimo sinal para os setores do comércio e de serviços. “Por muitos meses seguidos notamos um aumento do número de inadimplentes na capital mineira e uma redução modesta no número de endividados. Entretanto, em abril podemos observar uma redução em todos os cenários do endividamento o que pode acarretar um consumidor menos cauteloso na hora das compras e também com maior acesso ao crédito. Se a melhoria da saúde financeira das famílias for contínua, os setores do comércio e de serviços devem ser impactados positivamente no curto prazo, visto o aumento da renda disponível entre as pessoas para efetuar compras e investimentos”, explica Martins.

De acordo com a PEIC, se consideradas as dívidas pessoais e da família relacionadas a cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimo pessoal, prestações de carro e seguros, o entrevistado se declara: pouco endividado, 40,5%, mais ou menos endividado, 29%, muito endividado, 17,9%, não tem dívidas daquele tipo: 12,6%, totalizando 87,4%.

O cartão de crédito continua liderando o endividamento com 95,6% das famílias comprometidas com ele. As famílias com renda acima de 10 salários estão 99,6% endividadas no cartão e as de renda mais baixa, 95,0%.

As famílias com ganhos de até dez salários são as que concentram mais contas em atraso, 53,1% delas estão nesta situação enquanto aquelas com renda maior concentram 44,9% do total em inadimplência.

Os dois grupos totalizam o percentual de 51,9% de famílias com contas atrasadas captado pela pesquisa. Já entre os consumidores endividados da cidade, 59,4% ainda não conseguiram honrar seus compromissos e estão com dívidas em atraso.

Sobre a incapacidade de pagamento das dívidas em atraso, famílias de renda de até 10 salários somam 24,9% do total nessa condição. Entre as de maior renda, esse percentual cai para 17,6%. Ao todo, 23,8% das famílias não conseguirão quitar os compromissos financeiros. Considerando os indivíduos com dívidas atrasadas, 45,8% entendem que não terão condições de honrar, no próximo mês, com os compromissos feitos.

Entre os consumidores com contas pendentes, 48,9% afirmam que essas contas ultrapassam 90 dias. A pesquisa também mostra que as dívidas das famílias estão atrasadas, em média, há 64,1 dias.

Grande parte das famílias endividadas envolveu a renda por período de tempo de até três meses, enquanto 78,4% possuem compromissos por tempo igual ou superior a 90 dias. O tempo médio de comprometimento de renda é de 7,9 meses

As dívidas comprometem mais de 10% da renda familiar em 83,4% dos casos, sendo 27,6% o percentual de famílias com dívidas que envolvem mais de 50% do orçamento mensal. Esse grupo conhecido como superendividado caiu 0,3 ponto de março para abril. Conforme a pesquisa, em média as dívidas comprometem 32,5% do orçamento do mês