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Brasileiros mais estressados: como a estimulação cognitiva contribui para o gerenciamento do estresse na vida adulta?

Crédito: banco de dados do Canva

De acordo com o relatório global “World Mental Health Day 2024“, o Brasil é 4º país mais estressado do mundo

O Brasil é o quarto país mais estressado do mundo, segundo o relatório global “World Mental Health Day 2024“, divulgado pelo Instituto Ipsos. Ainda de acordo com o Ipsos, 46% das mulheres da geração Z no mundo enfrentam impactos significativos na sua rotina devido ao estresse.

A vida adulta contemporânea impõe uma série de desafios que frequentemente extrapolam a capacidade natural de adaptação do indivíduo. Demandas profissionais constantes, obrigações familiares e a necessidade de lidar com um ambiente socioeconômico instável criam um terreno fértil para o desenvolvimento de altos níveis de estresse. Nesse cenário, a busca por estratégias eficazes de enfrentamento torna-se essencial. Uma dessas estratégias, muitas vezes subestimada, é a estimulação cognitiva.

Definida como o conjunto de atividades destinadas a manter e aprimorar as funções mentais — incluindo memória, atenção, raciocínio lógico e criatividade — a estimulação cognitiva vem sendo cada vez mais reconhecida por sua contribuição para a saúde mental e emocional. Para Erica Oliveira, gestora pedagógica e franqueada do Supera (Ginástica para o Cérebro), “atividades como a leitura regular, a prática de jogos que exigem raciocínio estratégico, o aprendizado de novos idiomas ou habilidades artísticas, entre outras, não apenas mantêm o cérebro ativo, como também atuam como importantes mecanismos de enfrentamento do estresse”, afirma.

Ainda de acordo com a gestora pedagógica, sob a perspectiva neurocientífica, a estimulação cognitiva promove a ativação de circuitos cerebrais associados à liberação de neurotransmissores como a dopamina e a serotonina, substâncias que desempenham papel fundamental na regulação do humor e na sensação de bem-estar. “Ademais, o engajamento em tarefas cognitivamente desafiadoras contribui para o desenvolvimento da chamada ‘reserva cognitiva’, que fortalece a capacidade do indivíduo de lidar com situações adversas de maneira mais eficaz e adaptativa”, salienta.

É importante destacar que a prática regular de estimulação cognitiva favorece não apenas a saúde cerebral a longo prazo, mas também melhora habilidades cruciais para o manejo do estresse imediato. “A ampliação da capacidade de foco, a melhora na tomada de decisões e o fortalecimento da resiliência emocional são benefícios frequentemente observados entre aqueles que mantêm uma rotina estruturada de exercícios mentais. Esses ganhos, por sua vez, facilitam uma resposta mais equilibrada diante de desafios cotidianos, evitando reações impulsivas e promovendo maior autocontrole”, informa.

Portanto, incorporar atividades de estimulação cognitiva ao cotidiano revela-se uma intervenção acessível e eficaz para a gestão do estresse na vida adulta. “Trata-se de uma prática que não requer grandes investimentos financeiros ou tempo excessivo, mas que oferece retornos significativos para o bem-estar psicológico. Em um contexto cada vez mais acelerado e exigente, cuidar da saúde mental por meio do fortalecimento cognitivo é uma escolha não apenas prudente, mas necessária”, conclui.