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Especialista alerta: câncer de fígado pode dobrar até 2050, se prevenção não avançar

O câncer de fígado, sexto tipo mais comum e terceira principal causa de morte por câncer no mundo, pode ter quase o dobro de casos nas próximas décadas. O alerta é da gastroenterologista e professora da Uniube, Jéssica Andrade, a partir de dados publicados na revista científica The Lancet. O estudo aponta que o número de diagnósticos pode saltar de 870 mil em 2022 para 1,52 milhão em 2050, caso não haja mudanças significativas nas políticas de prevenção e diagnóstico.

O carcinoma hepatocelular, responsável por cerca de 80% dos cânceres primários de fígado, preocupa especialistas e exige ação imediata. Uma Comissão internacional de saúde propõe reduzir a taxa de incidência padronizada por idade (ASIR) em pelo menos 2% ao ano e até 5% nas regiões onde os índices já estão caindo. Atingir essa meta poderia evitar até 17,3 milhões de novos casos e salvar mais de 15 milhões de vidas.

Para Jéssica Andrade, a falta de diagnóstico precoce ainda é um dos maiores obstáculos. “O câncer de fígado, muitas vezes, não apresenta sintomas nas fases iniciais. Isso reforça a importância do rastreamento, especialmente para pessoas com fatores de risco, como hepatites virais, cirrose, consumo excessivo de álcool e obesidade”, afirma.

A professora destaca que o fortalecimento das redes de atenção básica, campanhas de conscientização e vacinação contra hepatites virais são ações essenciais. “A prevenção e o diagnóstico precoce dependem de informação acessível e de equipes de saúde preparadas para identificar a doença a tempo. Essa é uma batalha que pode ser vencida com ciência, educação e cuidado”, conclui.