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Feijoada para Ogum terá shows de Tizumba, Orisamba e outros artistas

Crédito: Marcelo Sant’Anna

Evento beneficente vai lançar novo projeto de combate ao racismo ambiental nas periferias

No dia 31 de maio, sábado, a Casa de Caridade Pai Jacob do Oriente (CCPJO) realiza sua tradicional Feijoada Beneficente para Ogum, celebrando a força, coragem e proteção do dono dos caminhos – uma junção perfeita entre o sabor da feijoada e a energia ancestral que une a comunidade em um propósito de envolvimento e foco.

Além do almoço delicioso, quem for ao evento vai poder se divertir e aproveitar os shows de nomes como Mauricio Tizumba, Bloco OriSamba, Samba Nossa Roda e o Coral Guela Zuela, que celebram a resistência da cultura afro-brasileira. Música, dança e alegria que reforçam o sentido de coletividade e preservação da memória ancestral, elementos centrais do proposito da CCPJO.

“Preparar uma feijoada para Ogum é mais que cozinhar: é alimentar as batalhas internas e externas, fortalecendo corpos e espíritos. Cada prato servido carrega em si a energia da luta e da vitória. Comer dessa feijoada é participar simbolicamente das batalhas vencidas por Ogum, e por sua comunidade, reforçando a proteção e abrindo caminhos para novas conquistas no ano que segue”, explica Pai Ricardo, coordenador da Casa de Pai Jacob do Oriente.

A entrada é gratuita, mas a feijoada tem um valor simbólico de R$25,00 com ingressos vendidos pelo Sympla

Lançamento do Projeto Cangira III_____________________
A feijoada também vai receber a solenidade de lançamento do Projeto Cangira III – Natureza e arte, presença e resistência, realizado pela Associação da Resistência Cultural Afro-Brasileira Casa de Caridade Pai Jacob do Oriente em parceria com a Fundação Banco do Brasil. 

Cangira III prevê a ocupação dos espaços periféricos com dignidade e cidadania baseando-se em uma abordagem cultural, estética e formativa, uma revitalização estética urbana por meio de grafites. “Essa iniciativa não apenas melhora o aspecto visual das áreas periféricas, mas também promove a expressão artística e a identidade local, criando um ambiente mais acolhedor e estimulante para os moradores”, comenta Pai Ricardo.

Outro aspecto são as atividades de formação ecológica e ambiental, que oferecem orientações práticas sobre como reduzir a produção de lixo, realizar o descarte correto de materiais recicláveis e transformar os espaços cinzentos em áreas mais verdes e sustentáveis. Essa educação ambiental promove uma consciência coletiva sobre a importância da preservação do meio ambiente e a responsabilidade de cada indivíduo na construção de comunidades mais equilibradas e saudáveis.

“Acreditamos que essas atividades contribuem de forma abrangente para a solução do problema enfrentado nas áreas periféricas, oferecendo oportunidades de desenvolvimento cultural, melhoria estética e conscientização ambiental. Muito mais que transformar os espaços físicos, nosso objetivo é fortalecer o senso de pertencimento e promover mudanças positivas na qualidade de vida dos moradores dessas comunidades”, diz Pai Ricardo.

Outro nicho do projeto é a luta contra racismo ambiental – conceito que denuncia a desigualdade na distribuição dos impactos ambientais, onde populações étnico-racializadas e socioeconomicamente vulneráveis sofrem mais com a degradação ambiental. “A instalação de fábricas poluentes em áreas mais pobres, a falta de saneamento básico em bairros com alta concentração de população negra, a exposição a agrotóxicos em áreas indígenas e quilombolas são exemplos de racismo ambiental”, explica. 

Isso tudo causa impactos diretos na saúde, na qualidade de vida, na economia e na segurança das comunidades afetadas. Além disso, pode perpetuar desigualdades sociais e aumentar a vulnerabilidade das populações a desastres naturais e mudanças climáticas. Segundo Pai Ricardo, “o combate ao racismo ambiental exige ações que promovam a justiça ambiental, a garantia dos direitos das populações marginalizadas e a transformação das estruturas que sustentam a desigualdade”. 

Por isso, o Cangira III pretende fazer uma aproximação da comunidade com pessoas que já têm o costume de direcionar os resíduos, criando metodologias e ações para deixar o ambiente das comunidades mais orgânico, mais verde, de forma que as pessoas tenham mais vontade de cuidar do espaço em que vivem, ficar na rua, confraternizar com ela. Outra vertente será uma revitalização a partir da estética da matriz africana periurbana. “Vamos fazer uns grafites, fazer uma nova pintura na rua Fagundes Varela com o objetivo de mostrar que a favela também é um lugar bonito, um lugar legal, de acolhimento”, conta. 

Serviço_____________________________
Feijoada Beneficente para Ogum + Lançamento Projeto Cangira III
Data: 31 de maio
Horário: 12h
Local: CCPJO – Rua Fagundes Varela, 99, Lagoinha
Ingressos: R$25,00 pelo Sympla https://www.sympla.com.br/evento/feijoada-para-ogum-2025/2949698