
Feira Nacional de Artesanato compensará mais de um milhão de tonelada de carbono
Maior evento do gênero da América Latina é lançado e apresenta ações concretas
para redução dos gases de efeito estufa
A Feira Nacional de Artesanato – a maior do gênero da América Latina – que acontece em Belo Horizonte e está em sua 36ª edição, acaba de ser lançada e chega com um compromisso renovado: promover a arte e a cultura de maneira responsável e sustentável.
Este ano, o evento adotará como tema a Sustentabilidade, com foco na compensação dos gases de efeito estufa (GEE) gerados durante sua realização. “Para isso, todas as emissões de GEE associadas à logística, transporte e infraestrutura do evento serão compensadas por meio de projetos ambientais certificados, como o plantio de mudas de árvores nativas e a recuperação de áreas degradadas”, explica Tânia Machado, organizadora da feira que acontecerá de 3 a 7 de dezembro, no Expominas, e reunirá 3.500 artesãos de todos os estados brasileiros, distribuídos em 700 estandes.
Segundo ela, a estimativa é de que o evento gere pelo menos 1.126,2 toneladas de carbono, tendo em vista que as principais fontes de emissão dos gases de efeito estufa (GEE), que contribuem para o aquecimento global e as mudanças climáticas, incluem a queima de combustíveis fósseis, atividades industriais, além da agricultura e desmatamento. “Esta projeção foi feita com base em cerca de 60% dos dados que temos de 2023, quando consumimos 158.244 Kwh de energia. Certamente, essa emissão será maior este ano, considerando que a expectativa é de que aproximadamente cem mil pessoas se deslocarão até o Expominas nos cinco dias de evento, sendo 3.500 expositores e mais de 10 mil pessoas que virão de suas cidades/estados – sendo que 40% deles se hospedam em hotéis – e 1.500 prestadores de serviço farão a feira acontecer”, pontua.
Tânia Machado conta ainda que, nos últimos anos, em torno de 200 toneladas de produtos são transportados e que são utilizadas 500 mil sacolas, 100 mil pratos, copos e talheres. Ao todo, o evento chega a gerar de sete a nove toneladas de lixo. “O levantamento desse impacto ambiental é um passo importante para a preservação do meio ambiente e, por isso, criamos ações concretas para minimizar a pegada de carbono e compensar esse impacto”, assegura.
Ações concretas – Dentre essas ações estão o plantio de mudas de árvores nativas, a reutilização ou reciclagem de pelo menos 80% do lixo gerado, a adoção de sacolas, pratos, talheres e copos biodegradáveis, premiações de artesãos que retornarem com suas embalagens para as suas oficinas de origem de forma que elas possam vir a ser reutilizadas e dos artesãos cujos produtos sejam sustentáveis, oferecendo um cash back referente a 5% do valor pago pelo estande.
Artistas, artesãos e entusiastas da arte poderão participar ainda de dois concursos como incentivo às práticas sustentáveis: o “Concurso de Presépios Feitos com Materiais Reciclados” e “Esculturas Feitas com Sucatas.” Para participar, o artesão/artista deve se inscrever pelo site da feira ( www.feiranacionaldeartesanato.com.br ) a partir do mês de agosto. As obras serão avaliadas por um júri especializado, que levará em conta a criatividade, o uso de materiais reciclados e a originalidade. As melhores peças serão expostas durante o evento e poderão ser premiadas através de votação do público presente.
Mais compensações – Durante a feira acontecerá também oficinas artesanais em dez salas, com a participação gratuita do público, quando serão utilizadas somente matérias-primas de material reciclado, ou seja, o público será incentivado a transformar lixo em arte, sempre conduzido por artesãos experientes.
Outra iniciativa rumo à sustentabilidade é o lançamento do selo “Artesanato Sustentável”, que identificará todos os artesãos que se comprometem com práticas sustentáveis. Ao escolher produtos com o selo, o visitante estará contribuindo para a preservação do meio ambiente.
Será disponibilizada ainda no evento, uma plataforma para que o público possa verificar quanto de emissão de gases estufa uma família emite por ano, por exemplo, com um banho, com o lixo gerado, com o uso de eletrodomésticos e de transporte próprio, dentre outras. “Assim, o usuário verá quanto a sua família gera de CO2 e como poderia reduzir ou compensar essa emissão”, explica Tânia Machado, ressaltando que essas iniciativas serão uma maneira de sensibilizar também o público presente.
Importância econômica – De acordo com Tânia Machado, a expectativa é de que a Feira Nacional de Artesanato movimente cerca de R$ 50 milhões nos cinco dias de evento, gere aproximadamente dois mil empregos diretos – sem a inclusão dos cerca dos 3.500 artesãos e artistas -, e mais ou menos 20 mil indiretos.
Organizada pelo Instituto Centro de Capacitação e Apoio ao Empreendedor (Centro CAPE), a FNA integra o Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e é considerada atualmente a maior feira do gênero da América Latina. Desde 2022, a feira está no ambiente virtual com um catálogo que fica no ar anualmente com os artesãos daquele período. O catálogo pode ser acessado pelo https://catalogofna.org.br
Em 2025, a Feira Nacional de Artesanato conta com o apoio e/ou patrocínio do Sebrae Nacional, Governo de Minas, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Copasa, Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (SECULT), além do apoio da Neooh como mídia partner.