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Matteo Mattos transforma a dor em melodia e reforça o poder do axé em “Sinto Saudade”

Nascido em Salvador, o artista revela como a música o curou e se tornou seu superpoder

A voz e a alma de Matteo Mattos nasceram em Salvador, mas sua essência começou a se formar ainda menino, no bairro da Federação. Filho do meio de dona Eliana, Matteo cresceu cercado por sons que vinham das vielas e dos domingos musicais com o tio Costa, um apaixonado pela percussão que o apresentou à Timbalada, Jau Peri, Ivete Sangalo e Saulo Fernandes. Desde cedo, ele entendeu que a música era mais que um passatempo, era uma herança emocional. Aos seis anos, transformava o barranco da vizinhança em palco, reunindo os primos para interpretar sucessos da banda Calcinha Preta.

A certeza de que seu caminho seria a arte veio durante o Festival Anual de Canção Estudantil (FACE), quando ainda cursava a quinta série. Sem que ninguém em casa soubesse de sua inscrição, Matteo conquistou o segundo lugar e gravou sua primeira canção. Ali, descobriu o destino que o esperava: cantar seria sua forma de existir.

O nome artístico, Matteo Mattos, surgiu como um alter ego, um símbolo de força e autoconhecimento. “Foi um nome que me deu vida. Ele me faz enxergar meu superpoder na música”, diz. Esse poder se manifesta com intensidade em Sinto Saudade, primeira faixa de seu EP em produção, sob comando do produtor Thiago Índio, do Kokama Studio. A música, nascida de um momento de dor e rejeição, ganhou outra dimensão ao se transformar em cura. “Eu imaginei essa pessoa me dizendo tudo o que está na letra. Foi a forma que encontrei para me curar”, revela o artista.

Matteo carrega em sua voz a força do axé e a poesia do arrocha, estilos que refletem tanto sua Bahia quanto suas raízes sentimentais. “O axé é minha força espiritual, o ritmo que me socorre nos dias tristes. O arrocha é popular, tem alma, chega onde as pessoas celebram a vida com uma cerveja na mão”, conta. Suas referências são claras: Saulo Fernandes, Levi Lima, Tomate, Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Jau e a batida tribal da Timbalada, que ele carrega como parte de si.

Entre melodias e sentimentos, Matteo Mattos não apenas lança uma música, ele convida o público a refletir sobre amor, escolhas e autovalorização. “Quero que as pessoas se curem também. Que entendam que rejeição é redirecionamento e que Deus transforma dor em propósito”, diz o artista, que hoje prepara o lançamento completo do EP previsto para dezembro ou janeiro.