
Mitos e verdades sobre amamentação: o aleitamento materno é poderoso
Crédito: banco de dados do Canva
Por Dra. Cinthia Calsinski, enfermeira obstetra, consultora internacional de lactação certificada pelo IBCLC (L-304362), consultora do sono materno-infantil pelo International Parenting and Health Institute e educadora parental pela Positive Discipline Association
A amamentação é uma jornada única, repleta de descobertas, desafios e transformações. Apesar de seus inúmeros benefícios reconhecidos para mãe e bebê, ainda existem muitos mitos que circulam por aí — e que mais atrapalham do que ajudam. Abaixo algumas dessas crenças populares que envolvem o aleitamento materno. Afinal, informação de qualidade é uma das maiores aliadas das famílias nesse momento tão especial.
Mama pequena produz pouco leite.”
MITO!
O tamanho da mama não interfere na produção de leite. A quantidade de leite está relacionada às glândulas mamárias e à frequência da amamentação, e não ao volume das mamas.
“Beber mais água faz produzir mais leite.”
MITO!
A hidratação é essencial para o bem-estar da mãe, mas ingerir mais água do que o necessário não aumenta, por si só, a produção de leite. O principal estímulo é a sucção frequente e eficaz do bebê.
“Amamentar o bebê deitada causa dor de ouvido.”
MITO!
Esse é um mito comum. Na posição deitada, quem muda de postura é a mãe; o bebê continua mamando da mesma maneira. Essa posição pode, inclusive, ser uma grande aliada para aliviar o cansaço, proporcionando mais conforto e descanso.
“O bebê precisa fazer ‘boca de peixinho’ para a pega estar correta.”
MITO!
Mais importante que o formato da boca é a pega funcional: ela deve ser assimétrica, com o bebê abocanhando mais a parte inferior da aréola do que a superior. O queixo deve encostar na mama e o nariz ficar livre para respirar.
“Quem tem mamilos invertidos não consegue amamentar.”
MITO!
Mamilos planos, curtos ou invertidos podem, sim, dificultar o início da amamentação, mas isso não impede a amamentação. A pega correta depende muito mais da flexibilidade da aréola do que da forma do mamilo. Com orientação adequada, é possível superar essas dificuldades.
“O estresse pode influenciar na produção de leite.”
VERDADE!
Questões emocionais como ansiedade, tristeza ou estresse podem impactar a descida e a produção do leite. Por outro lado, a amamentação eficaz também pode ser um fator protetor para a saúde mental da mãe, criando momentos de conexão e bem-estar.
“Alimentos consumidos pela mãe causam cólicas nos bebês.”
MITO!
Não há evidência científica que comprove essa relação direta. O que existe — e merece atenção — é a alergia à proteína do leite de vaca (APLV), uma condição específica.