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Modos de fazer o Queijo Minas Artesanal, patrimônio da humanidade, são tema de projeto que valoriza a cultura e a tradição em Minas Gerais

Crédito: divulgação

Iniciativa será realizada a partir de fevereiro e vai abranger comunidades de 106 municípios distribuídos entre as dez microrregiões produtoras de QMA do estado 

O Instituto Periférico lança, no próximo sábado, 14/12, em Uberlândia, o projeto “Promoção dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal – Patrimônio Cultural Brasileiro”, com início previsto para fevereiro de 2025. A iniciativa visa valorizar e preservar os saberes que fizeram do Queijo Minas Artesanal um Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco. O lançamento do projeto será no Tatersal, às 20h30, no mesmo dia das comemorações do histórico título internacional no município. 

O projeto é realizado em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult), o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) e a Associação Mineira do Queijo Artesanal (Amiqueijo) e conta com apoio do Ministério Público de Minas Gerais, por meio da Plataforma Semente, além de parceiros locais. O apoio técnico é da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG). 

Para a celebração em Uberlândia, organizada pela Secult-MG, Iepha-MG e Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), a comemoração do título contará com espetáculos de drones que iluminarão o céu com projeções de queijos, montanhas e símbolos da cultura mineira. A atividade integra um calendário de ações estratégicas e descentralizadas em Belo Horizonte e no interior de Minas Gerais e o lançamento do projeto reforça a importância da preservação e da promoção do nosso patrimônio. 

Promotor da iniciativa, o Instituto Periférico tem se destacado, nos últimos anos, em projetos de valorização do patrimônio cultural, como Pampulha Território Museus, Cozinha Mineira Patrimônio e Queijo Artesanal: Sabores e Saberes Mineiros. Produziu também o catálogo trilíngue apresentado à Unesco durante a inscrição dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal na Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade da Unesco, além de ter elaborado, junto com o Iepha-MG, o dossiê que fundamentou o registro dos Sistemas Culinários do Milho e da Mandioca como patrimônio cultural imaterial do estado. 

“O projeto fortalece a identidade cultural de Minas Gerais e contribui para a sustentabilidade econômica das comunidades produtoras. É um investimento no futuro, com potencial para gerar emprego e renda, valorizar a cultura local e impulsionar o desenvolvimento regional a longo prazo”, ressalta a diretora-presidente do Instituto Periférico, Gabriela Santoro.

“O queijo mineiro é mais do que um símbolo de nossa identidade; ele é, agora, um patrimônio global. Este projeto reafirma nossa cultura e fortalece o turismo e a sustentabilidade econômica de Minas Gerais”, reforça o secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas de Oliveira. 

Fóruns regionais: conexão e fortalecimento

Dez fóruns regionais serão realizados em dez microrregiões produtoras de Queijo Minas Artesanal do estado, alcançando comunidades de 106 municípios. Produtores, comerciantes e instituições serão mobilizados para promover a troca de experiências, identificar desafios e fortalecer os laços entre os agentes da cadeia produtiva. Com foco em educação patrimonial e sustentabilidade do bem cultural, os encontros ampliarão o impacto social, econômico e turístico do reconhecimento internacional.

“Esse projeto, viabilizado pelo Semente, núcleo de projetos socioambientais que conecta o Ministério Público à sociedade, vai mobilizar os detentores do modo de fazer o queijo minas artesanal, fortalecer a autonomia das comunidades produtoras e valorizar essa tradição mineira em todo o Brasil”, afirma o promotor de Justiça e coordenador do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente do MPMG, Carlos Eduardo Ferreira Pinto.

Para o coordenador de Patrimônio Histórico e Cultural do MPMG, Marcelo Mafra, “os modos de fazer o Queijo Minas Artesanal representam um saber ancestral que preserva a tradição e fortalece a identidade cultural mineira. Assim, é essencial a difusão desses saberes por meio de projetos como este”.

De acordo com o presidente do Iepha-MG, João Paulo Martins, a iniciativa fortalece uma política pública iniciada há mais de duas décadas. “A preservação dos modos de fazer é resultado de uma política pública iniciada em 2002, com o registro do queijo do Serro, passando pelo reconhecimento nacional em 2008 e a caracterização de dez regiões produtoras. Essa iniciativa valoriza não apenas a cultura mineira, mas também o turismo, as paisagens, os locais de produção e as experiências gastronômicas”, destaca.

“A Emater-MG aposta neste projeto para continuar a mobilização de produtores, lideranças e comunidades que foram fundamentais para o reconhecimento dos Modos de Fazer O Queijo Minas Artesanal como patrimônio imaterial e para a construção do dossiê que sustentou esse registro. Hoje, participamos ativamente do processo de salvaguarda, fortalecendo políticas públicas, capacitando produtores e promovendo práticas sustentáveis”, destacou o diretor-presidente da Emater, Otávio Maia.

Além dos fóruns, o projeto contempla a implementação de um plano de comunicação abrangente, que utilizará redes sociais e mídia impressa para aumentar a visibilidade dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal. Também serão produzidos e distribuídos materiais promocionais e técnicos, como um catálogo trilíngue e um livreto em português, que evidenciarão a relevância histórica, cultural e econômica do Queijo Minas Artesanal.

“Este projeto é uma oportunidade valiosa para fortalecer o trabalho dos produtores de Queijo Minas Artesanal e preservar uma tradição essencial da nossa cultura. Com o apoio ao reconhecimento pela Unesco, estamos impulsionando o mercado e criando novas oportunidades econômicas para os pequenos produtores, garantindo que nosso queijo seja valorizado mundialmente e promova o desenvolvimento sustentável nas regiões produtoras”, comemora o presidente da Amiqueijo, José Ricardo Ozolio.

Impactos e objetivos

O projeto está estruturado em quatro eixos principais:

– Transmissão e Valorização da Tradição: Incentivar a continuidade dos saberes do Queijo Minas Artesanal

– Gestão Participativa e Sustentabilidade: Promover uma gestão compartilhada entre governos, produtores e parceiros

– Apoio e Fomento: Expandir mercados e oportunidades econômicas para as comunidades produtoras

– Promoção e Difusão: Elevar a visibilidade do Queijo Minas Artesanal em âmbito nacional e internacional

Oportunidades geradas pelo título da Unesco com ações alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o projeto reforça a preservação cultural, o crescimento econômico inclusivo e práticas sustentáveis, consolidando Minas Gerais como um exemplo global em gestão de patrimônio cultural.

Projeto “Promoção dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal – Patrimônio Cultural Brasileiro” é uma realização do Instituto Periférico, a partir de recursos contemplados via Plataforma Semente | Cemais por meio do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), em parceria com a Secretaria Estadual de Cultura e Turismo de Minas Gerais, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) e a Associação Mineira do Queijo Artesanal (Amiqueijo) e com apoio técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG).

Microrregiões e municípios participantes:

Araxá: Araxá, Campos Altos, Conquista, Ibiá, Pedrinópolis, Perdizes, Pratinha, Sacramento, Santa Juliana, Tapira e Uberaba. 

Campo das Vertentes: Barroso, Conceição da Barra de Minas, Coronel Xavier Chaves, Carrancas, Lagoa Dourada, Madre de Deus de Minas, Nazareno, Prados, Piedade do Rio Grande, Resende Costa, Ritápolis, Santa Cruz de Minas, São João del-Rei, São Tiago e Tiradentes. 

Canastra: Bambuí, Córrego Danta, Delfinópolis, Medeiros, Piumhi, São João Batista do Glória, São Roque de Minas, Tapiraí e Vargem Bonita. 

Cerrado: Abadia dos Dourados, Arapuá, Carmo do Paranaíba, Coromandel, Cruzeiro da Fortaleza, Guimarânia, Lagamar, Lagoa Formosa, Matutina, Patos de Minas, Patrocínio, Presidente Olegário, Rio Paranaíba, Santa Rosa da Serra, São Gonçalo do Abaeté, São Gotardo, Tiros, Varjão de Minas e Vazante. 

Serra do Salitre: Serra do Salitre. 

Serra da Ibitipoca: Andrelândia, Arantina, Bias Fortes, Bom Jardim de Minas, Lima Duarte, Olaria, Passa-Vinte, Pedro Teixeira, Rio Preto, Santa Bárbara do Monte Verde, Santa Rita do Ibitipoca, Santa Rita do Jacutinga, Santana do Garambéu, Seritinga e Serranos. 

Serro: Alvorada de Minas, Coluna, Conceição do Mato Dentro, Dom Joaquim, Materlândia, Paulistas, Rio Vermelho, Sabinópolis, Santo Antônio do Itambé, Serra Azul de Minas e Serro. 

Triângulo Mineiro: Araguari, Cascalho Rico, Estrela do Sul, Indianópolis, Monte Alegre de Minas, Monte Carmelo, Nova Ponte, Romaria, Tupaciguara e Uberlândia.

Entre Serras da Piedade e Caraça: Catas Altas, Barão de Cocais, Santa Bárbara, Rio Piracicaba, Bom Jesus do Amparo e Caeté. 

Diamantina: Couto de Magalhães de Minas, Datas, Diamantina, Felício dos Santos, Gouveia, Presidente Kubitschek, São Gonçalo do Rio Preto e Senador Modestino Gonçalves.

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