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2 de julho de 2020Foto: arquivo pessoal
“Quando encerrei o tratamento de câncer de mama, ganhei uma tatuagem do símbolo da luta contra a enfermidade. Pensei bastante e decidi que eu não queria um desenho que me lembrasse a morte, e sim algo que me remetesse à vitória, gratidão e carinho. Fiz, então, o símbolo do Hospital Felício Rocho”, conta Roberta Lucas, comerciante, estudante de psicologia e ex-paciente do Instituto Felício Rocho de Oncologia (IFRO), ao mostrar a logo do hospital tatuada em seu braço direito.
Há um ano, Roberta foi diagnosticada com câncer de mama inflamatório, considerado o mais raro do tipo e de desenvolvimento mais rápido. Depois de realizar todos os exames, as sessões de quimioterapia e o procedimento cirúrgico recomendado, ela recebeu alta na última semana, mantendo apenas exames esporádicos e o uso de medicamentos para controle. “Cheguei muito fraca ao hospital e fui muito bem recebida. Desenvolvi um grande carinho pela equipe médica, enfermeiros e técnicos, que comemoravam comigo cada etapa avançada”, ressalta Roberta Lucas.
O reconhecimento do tratamento humanizado realizado pelos colaboradores do hospital motivou Roberta a tatuar a logomarca do Felício Rocho no braço: um coração em traços vermelhos do qual emerge uma linha verde que remete às montanhas de Minas Gerais. As cores da logo fazem referência à Itália, terra natal de Nicola Felice Rosso, fundador da instituição.
Roberta explica que a tatuagem foi um presente de seus colegas da faculdade. Ela conta que, ao saberem que o custo dos medicamentos poderia fazê-la abandonar os estudos, seus amigos encabeçaram uma campanha em parceria com comerciantes de Betim para arrecadar recursos através da venda de rifas. Além da ação para a compra dos remédios, os estudantes ainda pagaram a tatuagem para ela “Inicialmente, ficou combinado que seria desenhado o símbolo da luta contra o câncer de mama, aquele lacinho rosa. No entanto, aquele desenho é o mesmo do símbolo do luto, a única diferença é a cor”, explica.
A iniciativa de Roberta já despertou o interesse de outros pacientes do IFRO. Ela conta que, durante o período que esteve no instituto, criou um grupo no WhatsApp com mulheres que também se tratavam de câncer de mama. Ao todo, o grupo reuniu 17 pessoas e deu início a uma íntima e verdadeira relação de afeto entre elas. “Fiz grande amizades com enfermeiras, médicas e, claro, pacientes que hoje são minhas irmãs de luta. Durante um ano, o Hospital Felício Rocho foi meu porto seguro e continua sendo”, assegura Roberta.