Papel da estimulação cognitiva para evitar fraudes financeiras principalmente na população acima de 60 anos
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A mediação da vida pela tecnologia deixa idosos vulneráveis a golpes virtuais; treinar o cérebro aprimora o olhar crítico e tomada de decisão rápida. Dados recentes da FEBRABAN apontam que a população 60+ corresponde a 42% do público mais vulnerável a golpes financeiros
De acordo com dados recentes da FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos) a população 60+ corresponde a 42% do público mais vulnerável a golpes financeiros. Ainda segundo a instituição, esse tipo de golpe cresceu 60% desde a pandemia. Os principais golpes acontecem por telefone ou whatsapp, se aproveitando da pouca experiência desse público com a tecnologia e da perda de algumas funções cognitivas que acontecem com o passar dos anos.
Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelam que em 2023 76% das pessoas nessa faixa etária tinham telefone celular. Desses, 87% utilizam o aparelho para acessar a internet, mostrando que a inserção digital não tem limites de idade. Em contrapartida, daqueles que não acessavam a rede mundial de computadores, 54% alegam que não sabem usar.
De acordo com Erica Oliveira, gestora pedagógica e franqueada do Supera Savassi e Gutierrez, um dos objetivos do Supera é treinar bastante o cérebro por meio de exercícios variados e sistemáticos — como jogos de tabuleiro, neuróbicas, desafios de atenção, raciocínio lógico e práticas de memorização — que fortalecem as funções executivas e as habilidades cognitivas superiores. “Essas funções são fundamentais para o pensamento crítico, tomada de decisão e autocontrole, as mesmas que os golpistas tentam “burlar”. Sendo assim pessoas que treinam o cérebro tornam-se mais atentas aos detalhes e menos suscetíveis a distrações, percebendo sinais de alerta, como erros de digitação, mensagens urgentes demais ou pedidos fora do padrão — típicos de golpes”, afirma.
Erica Oliveira ressalta ainda que viver em um mundo cada vez mais mediado pela tecnologia, desconhecendo os caminhos da internet é colocar a pessoa em risco. “Por mais que o indivíduo não tenha intimidade com a tecnologia, ele precisa se esforçar para usá-la de forma crítica e fortalecedora porque a parceria homem-tecnologia é inevitável, não vamos voltar ao que éramos antes”, explica Oliveira.
A neurocientista parceira do Supera, Livia Ciacci, explica que a crescente presença da tecnologia na vida dos idosos não é apenas uma questão de conveniência social, pode ter implicações diretas e significativas para a saúde cerebral.
“O aprendizado e o uso de novas tecnologias, como computadores, smartphones e aplicativos diversos, representam atividades cognitivamente desafiadoras que podem estimular múltiplas funções cerebrais, incluindo atenção, memória, raciocínio lógico e resolução de problemas. Esse engajamento ativo com a tecnologia tem o potencial de promover a neuroplasticidade, pois exige que o cérebro forme novas conexões sinápticas e reorganize redes neurais existentes para assimilar novas informações e habilidades”, explica.
É importante ressaltar que a tecnologia não deve ser vista como uma “bala de prata” ou uma solução única para a prevenção do declínio cognitivo. Seus benefícios são potencializados quando complementam outras práticas de um estilo de vida saudável, como atividade física regular, alimentação balanceada e, crucialmente, interação social significativa.
“A capacidade de se adaptar e utilizar novas tecnologias tem um impacto profundo na qualidade de vida e na percepção que o idoso tem sobre seu próprio processo de envelhecimento. Dominar uma nova ferramenta digital, comunicar-se com netos por videochamada ou resolver um problema bancário online pode gerar um aumento significativo na autoeficácia, na autoestima e na sensação de estar “conectado”, “produtivo” e “atualizado” com o mundo contemporâneo”.
A neurocientista explica que, com a autoestima elevada, ajudando a combater estereótipos negativos frequentemente associados à velhice, como a ideia de incapacidade ou desconexão, idosos que se mantêm ativos e engajados, inclusive digitalmente, tendem a relatar maior satisfação com a vida e melhor saúde mental.
A inclusão digital é, portanto, um componente integral do conceito de envelhecimento ativo e saudável, preconizado por políticas de saúde e organizações internacionais.
Treino para o cérebro melhora atenção e evita cair em golpes digitais
Erica Oliveira entende que a construção de uma mentalidade crítica e as habilidades necessárias para a tomada de decisão e resolução de problemas com o passar do tempo depende da vontade do indivíduo de investir tempo e dedicação para desenvolver e fortalecer aquilo que a idade acabou levando.
“As pessoas pensam que depois de certa idade não é mais possível aprender coisas novas, mas isso não é verdade. O cérebro aprende a vida toda, mas é preciso querer e investir em educação. Além disso, os treinos cognitivos fortalecem a capacidade de analisar situações antes de agir, em vez de reagir por impulso. Assim, a pessoa pensa: “Por que esse banco está pedindo meus dados por mensagem?”, ao invés de clicar no link imediatamente”.
Lívia concorda. “Para os “novos idosos” (60-74 anos), que frequentemente já são ativos, trabalham, cuidam da saúde e participam intensamente da vida social, a competência digital torna-se não apenas uma ferramenta utilitária, mas uma parte de sua identidade e um meio essencial para continuar engajado em todas as esferas da vida. Para este perfil, a não adaptação à tecnologia pode significar uma desconexão indesejada com um mundo do qual eles ainda se sentem, e de fato são, participantes ativos e contribuintes.”
A capacidade de aprender e usar novas tecnologias pode funcionar como um importante fator de resiliência psicológica. O processo de enfrentar o desafio de aprender algo novo e complexo, e obter sucesso nisso, pode gerar um sentimento de controle e competência que se generaliza para outras áreas da vida, ajudando os idosos a enfrentar outros desafios inerentes ao envelhecimento, como perdas, mudanças de papéis sociais ou limitações físicas, com maior robustez emocional e adaptabilidade.
Treinar o cérebro, segundo o especialista, desenvolve habilidades de concentração, raciocínio lógico, flexibilidade, entre outras. Se for feito em um ambiente que permite interação entre pares, melhor ainda porque o convívio social é um dos pilares fundamentais para manter a boa saúde do cérebro. Na empresa educacional liderada por Erica Oliveira, as atividades são estruturadas para oferecer profundidade e níveis de desafios crescentes.
“Nossas atividades sempre exigem do cérebro do aluno, sempre tem um grau de dificuldade, justamente, para garantir esse movimento ao mesmo tempo em que a pessoa se integra a uma comunidade vibrante”, avalia.
O que é o Supera?
O Supera é uma empresa de estimulação cognitiva fundamentada na neurociência e com comprovação científica. Possui um método dinâmico e inovador que promove o desenvolvimento contínuo e transformador. É essencial para pessoas de todas as idades, que buscam melhor desempenho, qualidade de vida e longevidade, mantendo o cérebro ativo e saudável.


