
Parceria entre Governo e Sociedade Civil Organizada é chave para reduzir a desigualdade social no Brasil
Crédito: Agência Melt Comunicação
Iniciativas como o Pacto Nacional pelo Combate às Desigualdades demonstram o potencial da colaboração para enfrentar um dos maiores desafios do país
A profunda desigualdade social que marca o Brasil, evidenciada por dados que colocam o país entre os mais desiguais do mundo, apurados pelo site Politize do Instituto Mattos Filho, exige respostas coordenadas e multifacetadas. Nesse cenário, a colaboração estratégica entre o poder público e as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) emerge como um caminho promissor e cada vez mais essencial para promover mudanças efetivas e duradouras.
Enquanto o governo implementa políticas públicas e programas de transferência de renda buscando mitigar as disparidades, as OSCs atuam diretamente nas comunidades, muitas vezes com agilidade e conhecimento local aprofundado, alcançando populações vulneráveis onde o Estado tem dificuldade de chegar. A atuação isolada, no entanto, mostra-se insuficiente diante da complexidade e magnitude do problema.
A união de forças, por outro lado, potencializa o impacto das ações. O governo pode oferecer escala, recursos e o arcabouço legal necessário, enquanto as OSCs contribuem com expertise técnica, capilaridade social, inovação e mobilização comunitária. Essa sinergia permite otimizar recursos, evitar a duplicação de esforços e criar soluções mais adaptadas às realidades locais.
Um exemplo concreto dessa abordagem colaborativa é o Pacto Nacional pelo Combate às Desigualdades, uma iniciativa que reúne diversos atores sociais, incluindo organizações da sociedade civil, setor privado, universidades e que conta com o apoio e participação de instâncias governamentais. O Pacto busca construir uma agenda comum e monitorar indicadores para orientar políticas públicas mais eficazes na redução das desigualdades em suas múltiplas dimensões (renda, raça, gênero, território, etc.).
“A complexidade da desigualdade exige que superemos a lógica de atuação isolada. Quando governo e sociedade civil trabalham juntos, com metas claras e papéis definidos, a capacidade de transformação se multiplica. O Pacto é um exemplo de como essa articulação pode gerar compromissos e ações concretas”, afirma o advogado Tomáz de Aquino Resende.