Por que as mulheres se descontrolam na pré-menopausa?
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Médica nutróloga esclarece como lidar com mudanças radicais do corpo feminino no climatério
O climatério é um período de transição entre a fase reprodutiva e a não reprodutiva da mulher. Para elas, este é um momento de mudanças intensas que muitas vezes acabam sendo confusas. Em geral, ocorre entre os 40 e 55 anos, sendo um prenúncio da menopausa.
Os sintomas físicos e emocionais podem ser tão marcantes que algumas mulheres se perguntam se estão “enlouquecendo”. Contudo, essas transformações são sinais naturais do corpo neste momento de transição e compreendê-las é o primeiro passo para lidar com essas mudanças de forma mais saudável.
Este momento também chamado de climatério ou transição menopausal ocorre devido à quedas graduais na produção de estrogênio e progesterona, principais gatilhos dessa transformação. “Esses hormônios desempenham um papel fundamental na regulação do humor, da temperatura corporal, do sono e até mesmo da capacidade cognitiva. Quando o corpo passa a produzi-los em menor quantidade, surgem sintomas como ondas de calor, insônia, irritabilidade, e lapsos de memória que, em conjunto, podem fazer com que a mulher se sinta perdida e desconectada”, explica Ellen Durães, médica nutróloga e diretora da Clínica de Saúde Integrativa, em Belo Horizonte.
Esses efeitos, aliados a alterações físicas como ganho de peso, perda de massa muscular e alterações na pele e nos cabelos, podem fazer com que algumas mulheres percam a sensação de controle sobre seus corpos. “Imagine experimentar ondas de calor intensas sem saber quando elas vão acontecer ou se sentir emocionalmente instável, sem conseguir identificar a causa. Isso cria um desconforto tão grande que, muitas vezes, leva à sensação de estar ‘perdendo a sanidade’, complementa Ellen Durães.
Estudos recentes apontam que o impacto emocional do climatério pode ser agravado por uma percepção negativa de envelhecimento. A pesquisa “Menopausal Transition and Aging” da North American Menopause Society (NAMS) sugere que mulheres que vivenciam a fase do climatério com uma visão positiva tendem a experimentar menos sintomas depressivos e menos limitações físicas. Assim, é fundamental que as mulheres compreendam que o climatério é um processo natural e que o acompanhamento médico é uma ferramenta essencial para enfrentar os desafios desta etapa.
Todavia, essa perturbação e qualquer outro sintoma que acompanha o climatério pode ser tratado e, novamente de acordo com Ellen Durães, contornado. O segredo está em buscar orientação médica adequada desde os primeiros sinais.
“Com acompanhamento especializado, é possível adotar estratégias nutricionais, exercícios físicos e, em alguns casos, tratamentos hormonais que podem aliviar significativamente os sintomas. O médico auxilia na adaptação a essa nova realidade e permite que a mulher viva essa fase com qualidade e autoconfiança”, finaliza.
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