“Se beber, não dirija. Se estiver grávida, não beba!”
Crédito: banco de dados do canva
No Brasil, 15% das gestantes consomem bebidas alcoólicas na gravidez, ou seja, cerca de
456 mil mulheres podem estar colocando em risco a vida e o desenvolvimento de seus fetos
Com a proximidade das festas de final de ano, o Instituto Olinto Marques de Paulo (OMP), entidades médicas e organizações da sociedade civil reforçam a campanha permanente de conscientização sobre a SAF, ou Síndrome Alcoólica Fetal. A SAF é uma doença pouco conhecida e de difícil diagnóstico, caracterizada por uma série de manifestações físicas, comportamentais, emocionais, sociais e de aprendizagem, diagnosticadas na criança.
No Brasil, não há dados oficiais, mas estudo realizado na periferia de São Paulo aponta que 38 a cada 1.000 nascidos sofriam de algum transtorno relacionado ao uso de álcool pela mãe. Este número pode ser ainda maior, visto que estimativas indicam que sequer 1% das crianças afetadas são diagnosticadas.
Segundo Sara Assis, coordenadora de desenvolvimento institucional do Instituto OMP, “a principal causa da SAF é o consumo de álcool na gravidez, prática observada em cerca de 15% das gestantes, totalizando mais de 450 mil mulheres no Brasil”.
Os riscos da SAF
Beber durante a gestação pode elevar o risco de alterações no feto em até 65 vezes e não se estabeleceu até hoje limites seguros para o consumo de bebidas alcoólicas ao longo de toda a gravidez, explica a médica ginecologista e obstetra Dra. Rosiane Mattar, Coordenadora Científica de Obstetrícia da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP).
“A SAF pode acarretar vários tipos de malformações congênitas e não há nível seguro para o consumo de bebidas alcoólicas na gestação. Por isso, a recomendação é evitar qualquer tipo e quantidade de bebida alcóolica”, alerta.
A exposição do feto ao álcool ingerido pela mãe ao longo da gravidez, explica a Dra. Rosiane, pode trazer malformações faciais, neurológicas, cardíacas e renais, acarretando problemas físicos, como deformidades na face, dedos e juntas, restrição de desenvolvimento em crânio e cérebro, crescimento lento, problemas de visão e audição, malformações em rins, coração e ossos.
“O diagnóstico precoce da doença e a instituição de tratamento ainda na primeira infância pode abrandar as manifestações da SAF, mas não há como reverter os efeitos da ingestão materna de bebidas alcoólicas durante a gestação, pois a SAF não tem cura. Uma vez diagnosticados, alguns destes problemas são irreversíveis”, explica.
Prevenção
A abstinência é a única forma de prevenção da SAF. Por este motivo, desde 2023, o Instituto OMP realiza a campanha de conscientização sobre a doença, atuando em prol da saúde de crianças desde a barriga materna.
“Em pouco mais de um ano, mais de 3 milhões de pessoas foram alcançadas com a campanha, que reproduziu vídeos informativos mais de 500 mil vezes”, revela Sara.
Este ano, a campanha continua e será reforçada até as festas de final de ano. Para saber mais sobre a campanha e a SAF, acesse as redes sociais do Instituto OMP e das entidades parceiras.
A campanha conta com o apoio de diversas entidades médicas, instituições da sociedade civil e organizações não governamentais.
Para saber mais, acesse https://www.instituto-omp.org.br/gravidezsemalcool
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